Relembre a brilhante carreira de Sharon Tate, vítima de um brutal assassinato comandado pela Família Manson
Rafaela Bertolini | @rafaelabertolini_ Publicado em 08/08/2022, às 20h00 - Atualizado em 13/07/2023, às 15h12
Em 8 de agosto de 1969, Sharon Tate chegou em casa para o que deveria ter sido apenas mais um dia comum. Aos 26 anos e prestes a ter seu primeiro filho, Tate aguardava ansiosa que seu marido, o cineasta Roman Polanski, voltasse de Londres. Jantou no El Coyote com alguns amigos e retornou por volta das 22h30. Nas primeiras horas do dia seguinte, porém, estariam todos mortos, vítimas da sanguinária seita de Charles Manson. Antes de seu trágico fim, a atriz trilhava um caminho brilhante em Hollywood.
Criada por uma família de classe média em Dallas, no Texas, Sharon Tate viveu sua infância permeada por vitórias em concursos de beleza. Comerciais, ensaios publicitários e alguns trabalhos como modelo antecederam o início de sua principal vocação e desejo: o de se tornar atriz. Foi no início dos anos 1960, quando participou como figurante do filme As Aventuras de um Jovem, que sua ascensão começou.
Sua presença nos bastidores chamou a atenção do ator e protagonista Richard Beymer, que posteriormente tornou-se seu namorado e aquele que a indicaria para outros testes de elenco. Em certo ponto, foi apresentada ao produtor Martin Ransohoff, que logo a contratou para a sua produtora, a Filmways. Rasonhoff, porém, gostava de manter a atriz em segredo, fazendo com que suas pequenas participações fossem creditadas com outro nome.
Em 1967, Sharon finalmente conseguiu seu sonhado papel de destaque em O Vale das Bonecas, que lhe garantiu a indicação de Atriz Revelação no Globo de Ouro. Neste mesmo ano, no set A Dança dos Vampiros, que conheceu o renomado diretor Roman Polanski, com quem se casou pouco tempo depois.
Foi assim que Sharon Tate decidiu dar adeus ao seu antigo produtor, responsável por lhe dar sua primeira chance no showbizz, Martin Ransohoff. Após se livrar de sua proteção, a atriz conseguiu emplacar mais um papel elogiado pela crítica e pelo público no filme A Arma Secreta Contra Matt Helm (1968). Antes dos crimes cometidos na Cielo Drive em 1969, Tate chegou a participar do filme Una su 13, lançado nos Estados Unidos um ano após sua morte. Assim, a comédia se tornou o último filme feito pela atriz.
Antes de ser assassinada, Sharon Tate expressava a sua insatisfação com a maneira em que sempre era retratada em Hollywood, sempre com papéis que focavam em sua beleza, não em seu talento como atriz. Ela também expressava em entrevistas que não queria ser vista como um símbolo sexual ou como uma mercadoria, já que a indústria cinematográfica acreditava que para uma mulher entreter o público, ela precisava ser bonita, loira e sem cérebro.
Antes de ser cenário de um crime cruel, a casa de luxo de número 10050 na Cielo Drive em Los Angeles hospedou grandes nomes notórios de Hollywood, como Rudolph Altobelli (proprietário da casa), Lillian Gish, Cary Grant, Henry Fonda, Terry Melcher e Candice Bergen. Até que ela foi alugada por Roman Polanski e Sharon Tate, que estava grávida do primeiro filho do casal.
Tate estava a apenas duas semanas de dar luz ao bebê quando a Família Manson invadiu a sua casa, levando a vida da atriz com 16 facadas feitas por Susan Atkins. Os amigos de Sharon, Jay Sebring, Abigail Folger e Wojciech Frykowski, também foram assassinados naquela noite por outros membros da seita de Manson.
Todos os envolvidos foram condenados por seus crimes e Susan Atkins, a principal culpada por tirar a vida da atriz em ascensão, acabou morrendo na cadeia. Já Sharon Tate nunca pode fazer a sua carreira decolar após grandes filmes em Hollywood.
