A história de Ed Wood foi eternizada em filme dirigido por Tim Burton e estrelado por Johnny Depp
Seria Ed Wood o melhor dos piores? Excêntrico, peculiar e criativo, o diretor de cinema entrou para a história com uma fama um tanto quanto preocupante: a de pior cineasta de todos os tempos. Apesar do feedback negativo da crítica — e do público —, Ed nunca se deixou abalar e manteve a paixão por criar filmes de sua própria maneira até o fim da vida.
Edward D. Wood Jr. nasceu em 10 de outubro de 1924, no estado de Nova York, Estados Unidos. Wood chegou a servir na Segunda Guerra Mundial e, em 1947, após retornar ao país, mudou-se para Hollywood e começou sua carreira na indústria cinematográfica, escrevendo roteiros e dirigindo pilotos de programas de TV, comerciais e filmes de baixo orçamento.
Focado em filmes de terror, ficção científica e erótico, Ed Wood se expressava por inteiro em suas produções, notáveis por erros técnicos, efeitos especiais duvidosos, narrativas bizarras, linhas de nylon em evidência, elencos excêntricos e cenas descontínuas, tudo isso no maior estilo camp. A carreira do diretor também foi marcada pelos poucos recursos e baixos orçamentos que tinha para criar seus filmes.
Plano 9 do Espaço Sideral (1959) é um ótimo exemplo do estilo de trabalho do cineasta. No longa, os cabos que sustentam as naves espaciais estão em evidência e é possível ver diversos “erros”. Apesar de ter sido considerado o pior filme de todos os tempos na época em que foi lançado, hoje em dia, muitos fãs do cinema trash afirmam que a produção é a melhor do diretor, um verdadeiro clássico cult.
Ed Wood sempre buscou autonomia e liberdade para produzir seus filmes de acordo com sua visão de mundo. Ele gostava de trabalhar com atores caricatos como Tor Johnson, o ex-lutador de luta livre sueco, e seu grande amigo Béla Lugosi, o famoso intérprete do Conde Drácula. Apaixonado pela profissão, Ed ignorou todas as críticas que recebia diariamente e transformou seus monstros e discos voadores em produções peculiares, mas fascinantes.
Ed gostava de se vestir com roupas femininas, principalmente as de tecido angorá. Kathy O'Hara, sua última esposa, revelou que isso não tinha nada a ver com a sexualidade do marido, e que funcionava como uma espécie de conforto neomaternal, pois durante a infância, a mãe de Wood o vestia como menina. Enfrentando preconceitos e trazendo uma discussão super relevante — e polêmica — para a época, o diretor sempre fez questão de enfatizar que um travesti masculino não é necessariamente homossexual, além disso, nunca teve vergonha de sair em público vestido de Shirley, seu alter-ego drag.
Em 1994, Tim Burton ajudou a eternizar a história de Ed Wood ao dirigir uma cinebiografia sobre o diretor. Burton sempre foi um fã assumido de Wood, e o longa é considerado sua produção favorita. Focando em um período específico da vida de Ed, quando ele usava toda a sua energia para produzir filmes criativos, autorais e com poucos recursos, o longa é envolvente, divertido e conta com Johnny Depp no papel do excêntrico Ed Wood.
Elenco: Johnny Depp, Martin Landau, Sarah Jessica Parker, Patricia Arquette
Direção: Tim Burton
Onde assistir: Disney+