Atual capa digital da Rolling Stone Brasil, o cantor Jão se abre sobre a turnê Pirata, os limites da fama e a relação com os fãs
@nicolybastos_| Publicado em 09/09/2022, às 16h40
Rei do pop brasileiro? O cantor Jão anda sendo, de fato, um fenômeno como nunca. Lotando shows solo com a turnê Pirata (de seu último álbum lançado), mobilizando fãs em festivais de música e, agora, sendo a atual capa digital da Rolling Stone Brasil. Em entrevista ao veículo, além de um ensaio de fotos de respeito, o artista refletiu muito sobre a fama alcançada, a relação com os fãs, e seus atuais caminhos na indústria.
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"'Pirata' era muito a projeção de alguém que eu queria ser", diz ele sobre as apresentações da atual turnê. "Para mim, quanto mais cafona, mais legal", complementa. Os shows de Jão são sempre repletos de ornamentos no palco, como o famosos polvo azul gigante. Ele também sempre se apresenta com looks produzidos e tudo o que um artista pop tem direito.
"Eu sou uma pessoa que geralmente não se diverte no processo. Tenho um problema em estar centrado no momento, em perceber as coisas dando certo e estar feliz. Não processo muito bem. Dessa vez tô fazendo como exercício e conseguindo".
Jão afirma que também anda sendo possível se divertir porque a turnê foi "muito além do que eu esperava" e alcançou grande sucesso, também, financeiro. Isso também permite que o cantor esteja em mais lugares do que o normal com suas apresentações: "Eu tô indo muito mais pro interior agora. A gente foi pra uma cidade de 40 mil pessoas e tinham 20 mil pessoas no show", conta.
Sobre a comoção cada vez maior dos fãs – que até acampam para pegar um lugar na grade dos shows, Jão faz um desabafo:
"A maioria das pessoas que me acompanha, acompanha por tudo: pela letra, pela forma como penso ou falo, e isso pra mim é um pouco assustador. Não sei lidar 100% ainda. Não esperava, mas é algo que eu gosto também. Eles são minha segunda família. Às vezes passo mais tempo com eles do que com a minha família."
À revista, ele se abriu sobre um caso recente, quando sua equipe percebeu que a van com a banda estava sendo perseguida por um carro e outros assédios. "Algumas vezes fico um pouco assustado".
"Tem uma pessoa que se mudou para o meu prédio e ficava me filmando da janela. Acho que isso não é saudável. Mas eu tenho um diálogo bom com eles, ainda que obviamente eu não consiga controlar esse tipo de ação."
E qual o segredo de tanto sucesso? Para Jão, é fazer uma música que "converse com todos". "Odeio o elitismo musical. Sempre achei que o tipo de música mais legal é o que conversa com todo mundo."
