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Stonewall Inn: o bar cenário da rebelião decisiva ao movimento LGBTQIAPN+

Por trás da história e trajetória do lendário Stonewall Inn, bar de Nova York que deu início à rebelião de 1969 decisiva aos direitos LGBTQIAPN+

Rafaela Paiva | @rafaelapaiiva Publicado em 28/06/2022, às 11h10 - Atualizado às 09h50

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Stonewall Inn: o bar cenário da rebelião decisiva ao movimento LGBTQIAPN+ - Reprodução/Getty Images
Stonewall Inn: o bar cenário da rebelião decisiva ao movimento LGBTQIAPN+ - Reprodução/Getty Images

Considerado um marco na história, a Rebelião de Stonewall, que deu origem aos direitos LGBTQIAPN+, começou em um bar de Nova York em 1969. Comandado pela máfia, o Stonewall Inn se tornou ponto de encontro dos marginalizados da sociedade, o lugar que oferecia a liberdade que todos da comunidade gay desejavam. É por causa da Rebelião de Stonewall que hoje, dia 28 de junho, celebramos mundialmente o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+.


UM BRINDE À LIBERDADE

Até se tornar o bar gay mais famoso do mundo foi um longo processo de dor e muita luta. Antes da rebelião, o Stonewall Inn era um bar singelo que não oferecia experiências luxuosas ou glamourosas, mas proporcionava uma liberdade única para a época.

Em 1969, os considerados "atos homossexuais" eram ilegais em praticamente todos os estados norte-americanos, exceto em Ilinóis. Médicos diziam que a homossexualidade era um distúrbio mental e propagandas contra homossexuais eram comuns, tornando a sociedade da época extremamente homofóbica. Neste período, a comunidade LGBTQIAPN+ não tinha direitos e não podia fazer o mínimo: sair para se divertir, demonstrar afeto em público e ser quem realmente era.

Visando o lucro, no final da década de 1960 a máfia começou a administrar alguns bares gays em Greenwich Village, um bairro mais moderno e liberal de Nova York. No entanto, como os estabelecimentos que vendiam bebidas alcoólicas para esse público eram proibidos, tudo era ilegal e discreto.

Stonewall Inn: o bar cenário da rebelião decisiva ao movimento LGBTQIA+
Jovens em frente ao bar The Stonewall Inn (Getty Images)

O Stonewall Inn se destacou neste cenário e virou um bar de sucesso, seus clientes exalavam diversidade e iam desde pessoas em situação de rua e jovens periféricos até a estilistas, artistas, boxeadores e figuras importantes de NY. O bar era decadente, mas serviu de refúgio para diversos gays, travestis, lésbicas, bissexuais, drags e toda a comunidade LGBTQIAPN+ que encontrou acolhimento lá.

Enquanto o público se divertia na parte da frente do pequeno bar, na outra sala, drag queens dançavam em volta do jukebox. O Stonewall era um mundo novo, e quem entrava, não queria mais sair. O ambiente contava com duas pistas de dança e seu interior era pintado de preto, com luzes negras e pulsantes. Quando a polícia aparecia, luzes brancas eram acesas imediatamente e isso indicava que todos deveriam parar de dançar.

A polícia sabia o que acontecia no Stonewall Inn, mas a máfia pagava para o bar não ser fechado o tempo todo. Porém, quando a propina não era paga, os policiais faziam batidas no local e quem sofria as consequências eram os clientes, que acabavam espancados, humilhados ou presos.


RESISTÊNCIA E ORGULHO

Foi em uma das batidas policiais, na madrugada do dia 28 de junho de 1969, que tudo mudou. Cansados do modo como eram tratados, os clientes do Stonewall Inn, pela primeira vez, resistiram. Eles se negaram a entregar documentos, serem revistados ou presos, e uma rebelião espontânea começou a surgir.

Em poucos minutos, o lugar se tornou um caos. Os frequentadores se uniram e começaram uma verdadeira guerra com a polícia. Haviam pessoas bloqueando o trânsito, carros virados, pequenos incêndios na rua, coquetéis molotov “voando” de um lado para o outro. Pedras, moedas e tijolos eram atirados nos policiais, que fizeram uma espécie de barricada para se defender dos manifestantes e acabaram encurralados no bar.

Stonewall Inn: o bar cenário da rebelião decisiva ao movimento LGBTQIA+
A noite da Rebelião de Stonewall, em 1969 (Getty Images)

Aquele foi só o primeiro dos vários dias de rebelião. Nas noites seguintes, mais pessoas apareceram em frente ao Stonewall Inn, tanto membros da comunidade LGBTQIAPN+ quanto pessoas cisgênero e heterossexuais que apoiavam a causa. A repercussão foi enorme e, a cada momento, novos conflitos e protestos tomavam as ruas. Esse momento histórico ficou conhecido popularmente como a Rebelião de Stonewall e deu origem aos direitos LGBTQIAPN+.

Em 2015, a Prefeitura de Nova York tornou o bar Stonewall Inn um monumento histórico da cidade. No ano seguinte, em 24 de junho de 2016, o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, oficializou o bar como primeiro monumento nacional aos direitos da comunidade LGBTQIAPN+.


ESTRELAS DO MOVIMENTO

Duas ativistas se destacaram na Rebelião de Stonewall: Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera.
Marsha foi uma das primeiras drag queens a frequentar o Stonewall Inn, após eles começarem a permitir que mulheres lésbicas e drags entrassem no local — no começo, o bar era exclusivo apenas para homens gays.

Stonewall Inn: o bar cenário da rebelião decisiva ao movimento LGBTQIA+
Sylvia Rivera e Marsha P Johnson  em 1970 (Getty Images)

Marsha foi uma mulher trans que passou a vida lutando pela libertação LGBTQIAPN+. Famosa na cena gay e artística da cidade, ela já foi até mesmo modelo para algumas obras deAndy Warhol. Já Sylvia, era queer, latina e também se identificava como drag queen. No documentário da Netflix, A Morte e a Vida de Marsha P. Johnson (2017), Rivera relata o que aconteceu no dia da rebelião.

Após a revolta, em que ambas estiveram à frente, as amigas fundaram a STAR: Street Transvestite Action Revolutionaries, uma organização criada para promover os direitos das pessoas LGBTQIAPN+, apoiar jovens travestis e transgêneros sem-teto.


PARA SABER MAIS 👇

STONEWALL: ONDE O ORGULHO COMEÇOU (2015)

No fim dos anos 1960, um adolescente começa a descobrir novas ideias políticas e as dificuldades da vida adulta, às vésperas da rebelião de Stonewall, quando lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros enfrentaram a polícia de Nova York.

Diretor: Roland Emmerich


A MORTE E A VIDA DE MARSHA P. JOHNSON (2017)

Enquanto enfrenta uma onda de violência contra mulheres trans, a ativista Victoria Cruz investiga a morte de sua amiga Marsha P. Johnson, em 1992.

Diretor: David France


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