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O dia que Marlon Brando recusou o Oscar de Melhor Ator

Em 27 de março de 1973, exatos 50 anos atrás, a estrela de O Poderoso Chefão recusou a estatueta como uma forma de protesto

Rafaela Bertolini | @rafaelabertolini_ Publicado em 27/03/2023, às 19h00 - Atualizado em 28/03/2023, às 09h34

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O dia que Marlon Brando recusou o Oscar de Melhor Ator - Divulgação / Paramount Pictures
O dia que Marlon Brando recusou o Oscar de Melhor Ator - Divulgação / Paramount Pictures

Em 1972, Marlon Brando fez história ao estrelar O Poderoso Chefão, filme de Francis Ford Coppola, que é até hoje considerado um dos maiores marcos do gênero gângster no cinema. O sucesso do longa foi tão grande que em 1973, na 45ª edição do Oscar, ele foi indicado para 11 categorias — incluindo de Melhor Ator para Brando por seu desempenho como Don Vito Corleone.

O que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas não esperava era que a noite de 27 de março de 1973 entraria para a história da sua principal premiação — e que não seria por um bom motivo. Marlon Brando se recusou a receber a estatueta de Melhor Ator.

O motivo seria um ato de protesto contra o tratamento da televisão, do cinema e de seu país com os indígenas americanos. Quando a vitória de Brando foi anunciada, a indígena Sacheen Littlefeather — ativista dos direitos civis dos nativos americanos — subiu ao palco para recusar o prêmio em nome da estrela de O Poderoso Chefão.

Seguindo as instruções do ator, Littlefeather não tocou na estatueta e discursou:

Ele lamentavelmente não pôde aceitar este prêmio tão generoso. E as razões para isso são o tratamento dos indígenas americanos pela indústria cinematográfica e na televisão em reprises de filmes, e também com acontecimentos recentes em Wounded Knee."

O protesto teria acontecido pois, um mês antes da cerimônia, a organização ativista American Indian Movement e membros da tribo Oglala haviam ocupado a região de Wounded Knee, na Dakata do Sul, como uma forma de protesto contra os maus-tratos aos povos nativos americanos. O local havia anteriormente sido palco de um massacre indígena por soldados norte-americanos.

O discurso de Marlon teria 10 parágrafos, que infelizmente não foram ditos no palco da grande cerimônia. Porém, mais tarde, o texto do ator foi divulgado na íntegra pela imprensa, reforçando o seu discurso de apoio aos indígenas americanos:

Acredito que prêmios nesse país, nesse momento, são inapropriados de serem recebidos ou entregues até que as condições do indígenas americanos sejam drasticamente alteradas. Eu estaria aqui nesta noite para falar diretamente com vocês, mas eu senti que talvez eu poderia ser mais útil se fosse a Wounded Knee para ajudar"

O PODEROSO CHEFÃO E OUTRAS POLÊMICAS NO OSCAR

Al Pacino, outra estrela de O Poderoso Chefão, também deu o que falar na fatídica 45º edição do Oscar. Isso porque o ator se recusou a participar da cerimônia por acreditar que deveria ter sido indicado à categoria de Melhor Ator no lugar de Marlon Brando. Sua justificativa seria de que Michael Corleone - papel interpretado por Pacino - teria mais tempo de tela do que Vito Corleone.
Mesmo com sua ausência, a Academia indicou Al Pacino na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, ao lado de seus companheiros de elenco James Caan e Robert Duvall - que viveram, respectivamente, Sonny Corleone e Tom Hagen no longa de Coppola. Mas o prêmio acabou indo para Joel Grey, de Cabaret.

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