Entre romances, bebidas e festas, a cantora Janis Joplin viveu um dos momentos mais felizes de sua vida no Brasil
Em fevereiro de 1970, oito meses antes de sua morte acidental por overdose, aos 27 anos, Janis Joplin desembarcou no Rio de Janeiro ao lado da amiga e estilista Linda Gravenites, sem saber que aquele seria um dos momentos mais felizes de sua vida.
Com a intenção de relaxar e se livrar do vício em heroína, droga que ainda não existia no país naquela época, a Rainha do Rock escolheu o Brasil como cenário de suas férias no verão daquele ano. Em meio a folia do país tropical, Joplin se entregou completamente ao momento e fez de tudo — menos relaxar.
Fascinada pelo Carnaval carioca desde a adolescência, quando assistiu ao filme Orfeu Negro (1959), a cantora norte-americana aproveitou o período de festas no maior estilo Janis Joplin e também deixou sua passagem no país marcada por apresentações improvisadas em botecos, muita bebedeira, alguns perrengues, novas amizades e boas histórias de amor!
A viagem de Janis teve muita diversão, mas também não escapou dos perrengues. Hospedada no Copacabana Palace, a artista foi expulsa do hotel de luxo por insistir em nadar completamente pelada. Após o episódio, sem saber para onde ir, Joplin acabou sendo resgatada por Ricky Ferreira, um fotógrafo da revista Rolling Stone e sua namorada, que trabalhava no hotel. Ela e Linda ficaram hospedadas na casa dos novos amigos brasileiros, no Leblon, e lá, a cantora se sentiu verdadeiramente livre.
Aproveitando o Brasil ao máximo, a cantora assistiu aos desfiles das escolas de samba, fez topless na praia, foi barrada em um camarote do Theatro Municipal e fez algumas apresentações improvisadas, inclusive, uma delas, testemunhada por Alcione, Tony Tornado e Serguei.
O cantor Serguei afirma que durante a passagem de Janis pelo Brasil, viveu um lindo — e breve — affair com a artista. No entanto, o amor de verão que marcou as férias de Joplin foi o relacionamento com um turista norte-americano chamado David George Niehaus. Os dois se conheceram nas areias de Copacabana e curtiram a cidade maravilhosa juntos, até partirem para uma nova aventura: uma road trip de moto até à Bahia, que contou com uma visita à aldeia hippie de Arembepe e uma viagem de LSD na casa do artista plástico Lula Martins.
De volta aos Estados Unidos, em março de 1970, Janis e David continuaram o relacionamento e estavam decididos a se casarem. No entanto, o romance chegou ao fim dois meses depois, após a cantora — que estava um pouco agressiva devido à recaída no uso de drogas — agredir o companheiro com uma garrafa de vidro durante uma crise de ciúmes.
O Brasil teve um grande impacto na vida e carreira de Joplin, que chegou até mesmo a tatuar em seu pulso o desenho de uma pulseira que comprou em Salvador. Além disso, Holly George-Warren, autora de sua biografia, acredita que a artista levou o "gingado brasileiro" para os palcos após o seu jeito de dançar ter mudado depois da viagem ao país.
No livro “Janis Joplin – Sua Vida, Sua Música”, a biógrafa Holly George-Warren relata detalhes da vida e carreira da cantora, incluindo sua passagem pelo Brasil. Holly teve acesso a diários, cartas e depoimentos de familiares e amigos de Joplin, transformando a obra em um retrato completo, complexo e fiel da artista.
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