Blonde, com Ana de Armas estreia em 28 de setembro. Que tal curiosidades de bastidores até lá? Vem
@nicolybastos_| Publicado em 23/09/2022, às 16h22
Nascida em 1º de junho de 1926 em Los Angeles, Califórnia, Norma Jeane Baker, ou melhor Marilyn Monroe, se tornou uma das atrizes mais queridas do mundo. No entanto, altamente estereotipada e tipificada nas telas, foi dona de uma série de talentos que sequer tiveram a oportunidade de serem mostrados.
Marilyn Monroe foi uma grande - e talvez das mais injustiçadas - estrela de Hollywood, que acabou tendo uma vida conturbada, antes e durante a fama. Tudo será retratado em um mais novo filme sobre sua trajetória, intitulado Blonde e produzido pela Netflix.
Em conversa com a rede de streaming, Andrew Dominik e Ana de Armas deram mais detalhes dos bastidpres por trás da obra. Separamos os principas deles! Confere 😉
O diretor de Blonde,Andrew Dominik, sabia de Marilyn apenas o básico e, ainda por cima, acreditava que ela era provocativa.
Eu tinha uma visão bem superficial dela antes do livro. Assim que comecei a ver seus filmes, percebi que estava completamente errado sobre ela. Você está falando sobre uma criança não amada de um orfanato se transformando na mulher mais visível do mundo. Ela realmente se tornou isso, mas também era autodestrutiva.
Certamente está do lado da mulher, mas não é como se eu pensasse: “Ah, vou sentar e fazer um filme feminista”. Mas é muito difícil evitar isso quando você está olhando para todas as injustiças que são impostas a ela, todos os mal-entendidos que são impostos a ela, todas as maneiras pelas quais ela é solicitada a encarnar uma espécie de fantasia masculina.
É sempre um tipo de coisa instintiva, como se apaixonar, quando a pessoa certa entra pela porta, você sabe. Você tem que passar pelos estágios de confirmação para si mesmo. Mas eu vi Ana pela primeira vez em um filme com Keanu Reeves.
Eu apenas pensei: “Uau, essa garota se parece com Marilyn Monroe”. Eu a conheci e conversamos, e então ela veio e leu. Lembro-me de olhar para a leitura mais tarde naquele dia e ficar impressionado com a terceira tomada que ela fez. Seus sentimentos estavam tão sob sua pele e qualquer coisa que eu disse a ela, ela realmente entendia.
Eu estava procurando um papel dramático para mostrar mais do meu alcance como atriz. Eu certamente não pensei que seria interpretar Marilyn Monroe, mas isso é muito diferente de qualquer outro filme ou história sobre ela que você já viu. Não é um filme biográfico, mas é emocionalmente real. Andrew entendeu o trauma que ela experimentou em sua infância e como isso impactou sua vida. Eu vi nela alguém que, por mais famosa que ela era, também era muito vulnerável... e me conectei a essa vulnerabilidade.
Claro que li o livro de Joyce. Foi a primeira e maior fonte e inspiração de Andrew. Há muito do romance que ele tirou, não apenas imagens, cenas e personagens, mas também diálogos diretos para o filme. É tão bonito. Era um material incrível para trabalhar. Além do livro, minha preparação foi uma combinação de assistir seus filmes e ler vários outros livros – incluindo o capítulo “Beautiful Child” no livro Music for Chameleons de Truman Capote. O ensaio tem apenas algumas páginas, mas é a história da tarde em que eles se encontram e estão juntos, e é tão lindamente escrito. Você tem a sensação de quem ela era pessoalmente e como era sua energia e seu carisma.
E, claro, derramei sobre milhares de fotografias. Em algum momento, Marilyn foi a pessoa mais fotografada do mundo e há muito material para extrair. O YouTube também era um serviço muito grande. Lá você encontra os vídeos aleatórios mais incríveis, e eles te dão muita informação.
Me ver como Marilyn foi realmente impressionante. E foi muito emocionante porque eu estava trabalhando por talvez nove meses, e a primeira vez que fiz a peruca principal com maquiagem completa, comecei a chorar. Minha equipe de cabelo e maquiagem começou a chorar. Todo mundo estava muito animado, e foi um momento lindo. E parecia que tudo se tornou real. “Estamos fazendo isso! Está acontecendo!" Era tão assustador, mas tão bonito ao mesmo tempo. Foi um momento muito especial.
A voz, para mim, foi o aspecto mais assustador dessa transformação. Eu sabia desde o início que seria muito desafiador, e foi um processo que, claro, começou assistindo aos filmes e ouvindo entrevistas, gravações de áudio, tudo o que pude para me familiarizar com a voz dela. Rapidamente percebi que não poderia aparecer no escritório do meu treinador e começar a praticar o sotaque e repetir como um papagaio.
Foi um processo completamente diferente. Não era apenas aprender o sotaque de alguém em um período em uma cidade específica. Sua voz está completamente entrelaçada com o que ela está sentindo. Ela era tão insegura. Ela estava tão assustada. Ela sempre pensava duas e três vezes antes mesmo de dizer qualquer coisa. Sua respiração ofegante e seu tom agudo eram o resultado de alguém sem limites precisando deixar todo mundo entrar.
