A criadora de Friends, Marta Kauffman, pede desculpas por um motivo justo e faz doação para reparar os seus erros.
Desde o início de Friends, em 1994, a maior crítica que a série recebe é a falta de representatividade. Afinal, um grupo de seis pessoas em Nova York, todas de classe média e alta, além de brancas e heterossexuais, parece totalmente improvável, não é? Pelo menos, a criadora da série, Martha Kauffman, acredita que sim!
Em entrevista para o Los Angeles Times, a roteirista disse que teve uma certa dificuldade na hora de reconhecer as críticas difíceis e frustrantes. Inicialmente, ela acreditava que o seriado estava sendo vítima de implicância por parte dos “militantes”, porém, após trinta ano desde a estreia da série, a sua visão mudou.
“Eu aprendi muito nos últimos vinte anos,” disse Kauffman. “Admitir e aceitar a culpa não é fácil. É doloroso olhar no espelho, e eu fico envergonhada de não ter tido mais noção há vinte anos.”
Martha Kauffman anunciou que doará 4 milhões de dólares para a universidade Brandeis University, para fundar um departamento de estudos especializados na cultura africana, assim como na cultura negra dos Estados Unidos. “Eu sabia que eu precisava corrigir o curso das coisas”, explicou a autora.
Apesar dos personagens principais, Ross, Rachel, Monica, Chandler, Joey e Phoebe todos se enquadrarem no mesmo padrão hétero, cisgênero e branco, o seriado leva algum crédito por tratar com seriedade alguns temas. Por exemplo, as personagens coadjuvantes Carol e Susan são um casal sáfico (composto por duas mulheres) e, apesar de algumas piadas recorrentes, e elas chegam a discutir as dificuldades de um relacionamento homoafetivo na sociedade e na criação de uma criança.
No entanto, a série também aborda de maneira problemática diversas questões, um outro exemplo abordado é o pai de Chandler, que é uma mulher trans e é vítima de diversas piadas transfóbicas.
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