Academia pede desculpa a Sacheen Littlefeather, atriz indígena que foi vaiada no Oscar ao representar o ator Marlon Brando.
A Academia de Artes Cinematográficas, responsável pela premiação mais importante do cinema, os Oscars, pediu desculpas a Sacheen Littlefeather. A mulher nativa-americana foi vaiada no palco da premiação ao ser convidada pelo ator Marlon Brando para falar sobre problemas sociais e ambientais.
Ao ganhar a estatueta do Oscar na categoria de Melhor Ator por sua atuação, Marlon Brando convidou Sacheen Littlefeather para recusar o prêmio, concedido em 1973, quase 50 anos atrás. A presença da mulher no palco não foi bem recebida e ela foi vaiada enquanto falava.
Engajado em causas sociais, Marlon rejeitou a maior honraria do cinema como um protesto contra a deturpação dos povos nativos-americanos pela indústria cinematográfica, a qual move a Academia.
49 anos depois do ocorrido, a organização lançou um comunicado oficial, onde descreve o que aconteceu como “injustos abusos,” além de pedir desculpas por sua atitude. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Sacheen Littlefeather disse que “nunca pensou que ouviria isso [o pedido de desculpas].”
Atriz, Littlefeather teve sua carreira fortemente prejudicada por conta do protesto de Brando. Apesar de ter apenas vinte e seis anos na época, ela foi hostilizada pela indústria do entretenimento, excluída e incapaz de afastar sua imagem do momento emblemático.
A fala foi o primeiro protesto televisionado em uma grande cerimônia. Lendo o longo discurso, ela disse que o ator “lamentava não poder receber esse prêmio tão generoso.”
"E as razões para isso são o tratamento que os indígenas americanos recebem hoje da indústria cinematográfica e da televisão em reprises de filmes, e também com os recentes acontecimentos em Wounded Knee,” ela fez referência a um conflito violento que aconteceu algumas semanas antes, na Dakota do Sul.