Conheça a história de Jim Jones, líder do culto Templo do Povo e responsável pelo Massacre de Jonestown
@rafaelabertolini_ | Publicado em 18/11/2022, às 20h00
Você já ouviu falar de Jim Jones? Nascido como James Warren Jones no estado de Indiana, ele foi fundador e líder do Templo do Povo, que era um movimento religioso iniciado em 1954. O culto pregava diversos conceitos do cristianismo e socialismo, o que facilmente atraiu mais de 20 mil seguidores para sua seita, incluindo vários políticos norte-americanos.
O que eles mal sabiam, no entanto, é que as palavras de Jim Jones causariam a morte de 909 pessoas no dia 18 novembro de 1978. Aquele que ficou conhecido como Massacre de Jonestown se tornou o maior suicídio em massa já visto na História.
Desde pequeno, Jim Jones se interessava por obras de líderes mundiais como Adolf Hitler, Karl Marx, Josef Stalin e Mahatma Gandhi. Como ele não era uma criança muito popular, ele sempre procurou abrigo em obras literárias, que lhe apresentaram conceitos que mais tarde foram incorporados à filosofia de sua seita.
Assim, o Templo do Povo surgiu em Indiana para pregar que a igualdade e a convivência em harmonia. Tudo começou quando por volta de seus 21 anos, Jones entrou para a escola de pastores da Igreja Metodista. Pouco tempo depois, ele já estava coordenando grandes aglomerações de fiéis com suas palavras.
Durante a Guerra Fria, lá em 1962, Jones tentou mudar a sede da seita para Belo Horizonte, no Brasil, com medo de uma guerra nuclear estourar no país. Contudo, a migração foi falha, pois Jim não sabia falar português, o que não ajudou a atrair fiéis para seu culto. Retornando aos Estados Unidos, o Templo do Povo se instalou na Califórnia - o lugar perfeito para ganhar fama. Foi ali que Jones conseguiu se aproximar de figuras políticas progressistas, incluindo a primeira-dama Rosalynn Carter, esposa de Jimmy Carter.
O grande feito do Templo do Povo foi a criação de Jonestown, uma comunidade autossuficiente construída na dentro da Floresta Amazônica, na região da Guiana, idealizada como uma utopia comunista. Assim, aquela região se tornou lar de mais de 900 americanos, sendo 68% deles negros, onde haviam uma escola e centros de cultivo para alimentar todos que residiam ali.
Contudo, as filosofias que fundaram o culto e que baseadas no cristianismo estavam longe de se mostrarem presentes nas palavras de Jim Jones, que havia chegado ao ponto de afirmar ser a reencarnação de Jesus Cristo, Buda e Lenin. E foi no meio de um regime ditatorial e muitas tentativas de fuga de seus seguidores que Jones surgiu com a idade de que todos em Jonestown deveriam morrer juntos e ir para outro plano mais feliz.
Assim começaram ensaios de suicídio coletivo, onde Jim Jones fazia seus seguidores beberem suco, dizendo que o drink estava envenenado. Contudo, após a ingestão do líquido, os seguidores descobriam que o suco não era letal. Até o dia em que Jones misturou cianeto na bebida e partilhou entre todos em Jonestown, que acreditavam que estavam no meio de mais uma simulação. Mas quando os gritos de crianças se iniciaram e pessoas começaram a cair desfalecidas no chão, o caos foi instaurado.
Aqueles que tentaram fugir foram baleados e mortos, sendo que apenas 35 dos fugitivos conseguiram sair com vida. No final, o Massacre de Jonestown levou 909 vítimas e se tornou o maior suicídio coletivo já visto na História da humanidade.
