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June e Jennifer Gibbons: o chocante caso das gêmeas silenciosas

Conheça a curiosa - e misteriosa - história das irmãs gêmeas que só se comunicavam entre si

@isabisordi Publicado em 29/05/2023, às 18h00

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Conheça a curiosa - e misteriosa - história das irmãs gêmeas que só se comunicavam entre si - Crédito: Divulgação
Conheça a curiosa - e misteriosa - história das irmãs gêmeas que só se comunicavam entre si - Crédito: Divulgação

Nascidas em 11 de abril de 1963, em Barbados, no Caribe, June e Jennifer Gibbons eram gêmeas idênticas que, logo na infância, mudaram-se com os pais para o País de Gales. As garotas cresceram sendo as únicas crianças negras de seu colégio e, logo com 3 anos de idade, começaram a falar um dialeto que só elas entendiam, o que tornava difícil a comunicação com outras pessoas. 

Durante a infância, as irmãs sofreram bullying na escola e se tornaram ainda mais inseparáveis. Aos poucos, foram desenvolvendo um “idioma” próprio e “secreto”, que nem mesmo seus pais compreendiam. Depois, não conversavam com mais ninguém, apenas entre elas. 

O assédio na escola era tão grande que os professores permitiam que elas saíssem um pouco antes da aula para chegarem em casa em segurança. As irmãs foram diagnosticadas com “mudez seletiva" (isto é, elas podiam falar, mas não queriam). Por muito tempo, as garotas fizeram terapias, mas nenhuma delas ajudou na comunicação com outras pessoas. Aos 14 anos, foram enviadas para internatos separados, mas não reagiram nada bem à situação e ficaram em estado catatônico - imóveis e sem reação.


O reencontro 

Quando puderam se reencontrar, as irmãs passaram anos isoladas de outras pessoas e mais unidas do que nunca. Passaram a estudar em casa e tinham alguns rituais - como, por exemplo, toda noite decidiam quem acordaria primeiro, enquanto a outra esperava segurando o ar. Além disso, mais tarde, foi descoberto que possuíam um pacto surpreendente: só poderiam voltar a conversar com outras pessoas quando uma delas morresse. Dessa forma, quem sobrevivesse estaria livre.

No Natal de 1979, ganharam diários de presente, e assim iniciaram a carreira de escritoras. Aos 16 anos, realizaram um curso de escrita criativa por correspondência, no qual escreveram diversos romances. As histórias, que costumavam se passar em Malibu, na Califórnia, envolviam temas violentos e pessoas com tendências criminosas, e nunca chegaram a ser publicadas por isso (apesar dos esforços de ambas).

Em um dos romances de Jennifer, por exemplo, chamado “The Pugillist”, um médico precisava salvar a vida de seu filho e, para isso, matou um cão da família e realizou um transplante de coração. O espírito do cão, no entanto, passou a viver dentro da criança até conseguir se vingar do homem. Em outra história, chamada “Discomania”, um jovem descobre que uma discoteca local incita a violência. 

June e Jennifer Gibbons: o chocante caso das gêmeas silenciosas
June e Jennifer Gibbons / Crédito: Getty Images

Os crimes

Em certo momento, as irmãs começaram a cometer crimes reais, incluindo vandalismo, agressão e incêndios. Por conta disso, foram internadas em um hospital psiquiátrico de alta segurança, em Broadmoor. A expectativa era de que ficariam cerca de dois anos no local, mas acabaram ficando lá por 12 anos. Recebiam medicamentos antipsicóticos que acabaram deteriorando a saúde de Jennifer e, aos poucos, perderam o interesse na escrita. 

Mais tarde, em entrevista, Jane disse que a internação durou muito mais tempo por conta da mudez seletiva das irmãs, e que elas foram alvos de muitas negligências. “Os delinquentes juvenis recebem dois anos de prisão. Nós tivemos 12 anos de inferno porque não falávamos. Perdemos a esperança, realmente. Escrevi uma carta para a Rainha Elizabeth II, pedindo para que ela nos tirasse de lá. Mas ficamos presas”, citou.

June e Jennifer Gibbons / Crédito: Getty Images
June e Jennifer Gibbons com a jornalista Marjorie Wallace / Crédito: Getty Images

A morte de Jennifer

Apesar de não escreverem mais histórias, as irmãs ainda mantinham o hábito de escrever em seus diários. Neles, registraram que se tornaram “inimigas mortais” ao longo dos anos. Tentavam matar uma à outra, mas continuavam inseparáveis. Ao mesmo tempo que se convenceram de que uma delas tinha que morrer para que a outra vivesse, quando estavam sozinhas, ficavam em estado caratônico.

Doze anos depois das internações, as irmãs receberam a notícia de que seriam encaminhadas à uma clínica aberta e voltariam para casa. Entretanto, ambas já tinham decidido que Jennifer deveria morrer por elas. No dia em que saíram do local, em março de 1993, a garota morreu devido a uma miocardite aguda, inflamação súbita no coração. Até hoje, sua morte é um verdadeiro mistério.

Depois da morte da irmã, June disse que finalmente estava livre e que Jennifer dera a vida por ela. Mais tarde, deu entrevistas a diversos veículos e passou a viver de forma tranquila e independente. Hoje, aos 60 anos, vive sem auxílio de psiquiatras e continua despertando a curiosidade de muitas pessoas pela sua história de vida inusitada.

A história das irmãs virou um filme, exibido no ano de 2022 no Festival de Cannes. Dirigido pela polonesa Agnieszka Smoczyńska, a obra é adaptada do livro de Marjorie Wallace, jornalista que teve contato com June e escreveu sua história.

Confira trailer:


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