Série da Netflix conta história real de trotes criminosos em lanchonetes dos EUA
@isabisordi Publicado em 09/01/2023, às 21h00
Lançada em dezembro de 2022 na Netflix, a série documental de três episódios “Não atenda o telefone”relata a história real — e extremamente bizarra — que ocorreu nos Estados Unidos, entre os anos 1990 e 2000. Na época, redes de fast-foods recebiam trotes telefônicos de um homem que se passava por policial, alegando que uma das funcionárias do local teria roubado pertences de um cliente. A partir de então, os gerentes das lojas eram levados a cometer uma série de agressões à funcionária em questão, chegando até mesmo a abusar sexualmente delas.
A história, que parece existir apenas na ficção, ocorreu pelo menos 73 vezes e em 32 estados dos Estados Unidos, em um período de 10 anos. Acredita-se, inclusive, que todos os trotes tenham sido realizados pela mesma pessoa.
Ao longo da série, temos conhecimento de alguns episódios bizarros relacionados aos trotes, além de depoimentos de pessoas envolvidas, reencenação dos crimes, partes dos julgamentos e materiais gravados. O primeiro episódio que se tem conhecimento foi no ano de 1992, quando um homem ligou para um restaurante alegando ser policial e, em uma longa conversa, convenceu o gerente a realizar revistas íntimas nos funcionários.
Outro caso abordado na série foi o de Louise Ogborn que, aos 18 anos, trabalhava em uma famosa rede de fast-food de Mount Washington, em Kentucky. No dia 9 de abril de 2004, foi chamada no escritório de sua gerente, Donna Summers, que informou estar no telefone com um policial. Segundo ela, Louise estava sendo acusada de ter roubado dinheiro de um cliente e, por isso, passaria por uma revista íntima.
Seguindo ordens do homem no telefone, Louise ficou nua e, por muito tempo, foi submetida a situações humilhantes. Até que o criminoso, então, pediu para que Donna chamasse seu marido, Walter Nix, para monitorar Louise. O homem também seguiu as instruções do falso policial, chegando a estuprar a mulher. No total, foram mais de três horas de abuso até que Donna chamasse as autoridades por perceber que algo estava errado naquela situação.
Após o ocorrido, a polícia passou a investigar a ligação, e descobriram que muitos outros casos parecidos foram relatados à polícia durante anos. Por meio do rastreamento do cartão telefônico, encontraram o homem que realizou o trote: tratava-se de David Richard Stewart, um homem casado, com cinco filhos e guarda de uma cadeia privada.
Durante seu interrogatório na polícia, Stewart negou veemente todas as acusações. Entretanto, investigadores encontraram, em sua casa, cartões telefônicos utilizados para ligar para nove restaurantes no ano anterior. Stewart foi preso, mas absolvido das acusações em 2006 por falta de evidências de que ele seria o culpado. O homem permaneceu como suspeito em casos semelhantes nos Estados Unidos e, de acordo com a polícia, no tempo em que ele esteve preso, as ligações pararam.
A série “Não atenda o telefone” está disponível na Netflix e relata o caso com detalhes. Confira o trailer:
