"Isso não seria bem recebido hoje", disse Cary Fukunaga sobre uma cena estrelada por Sean Connery
Cary Fukunaga, diretor de 007 - Sem Tempo para Morrer, afirmou em uma recente entrevista à The Hollywood Reporter que o James Bond interpretado por Sean Connery estuprou uma mulher em um dos filmes antigos da franquia. O profissional refletiu sobre os primeiros longas e como é preciso atualizar a imagem do espião para o mundo atual.
"Eu não me lembro se era em 007 - Contra a Chantagem Atômica (1965) ou 007 - Contra Goldfinger (1964)... mas há uma cena em que o Bond de Sean Connery basicamente estupra uma mulher. Ela diz 'não, não, não', e ele responde 'sim, sim, sim'. Isso não seria bem recebido hoje."
De acordo com informações do The Guardian, Fukunaga se referiu à uma cena do quarto filme da franquia, 007 - Contra a Chantagem Atômica, no qual Bond apresenta informações que podem fazer com que uma enfermeira seja demitida.
"Suponho que meu silêncio tem um preço", diz o protagonista. Molly Peters, que vive a personagem, responde: "Você não quer dizer… oh, não". Em seguida, o personagem de Connery parte para o abuso.
Segundo o diretor, produtora Barbara Broccoli insistiu para que, no novo longa, "o mundo ao redor de Bond mudasse, embora ele não possa mudar, como personagem, da noite para o dia". Como parte desse processo, Phoebe Waller-Bridge foi contratada para revisar o roteiro.
"A expectativa sempre foi essa: uma mulher escrevendo papéis femininos muito mais fortes. Barbara sempre quis isso, desde a primeira conversa que tivemos sobre o filme [...] Esta é a história de um homem branco sendo espião, mas você precisa ter consciência e fazer das mulheres na história algo mais do que apenas casualidades", completou Fukunaga.