Entre romances, bebidas e festas, a cantora Janis Joplin viveu um dos momentos mais felizes de sua vida no Brasil
@rafaelapaiiva | Publicado em 17/06/2022, às 08h00 - Atualizado em 19/01/2023, às 09h40
Em fevereiro de 1970, oito meses antes de sua morte acidental por overdose, aos 27 anos, Janis Joplin desembarcou no Rio de Janeiro ao lado da amiga e estilista Linda Gravenites, sem saber que aquele seria um dos momentos mais felizes de sua vida.
Com a intenção de relaxar e se livrar do vício em heroína, droga que ainda não existia no país naquela época, a Rainha do Rock escolheu o Brasil como cenário de suas férias no verão daquele ano. Em meio a folia do país tropical, Joplin se entregou completamente ao momento e fez de tudo — menos relaxar.
Fascinada pelo Carnaval carioca desde a adolescência, quando assistiu ao filme Orfeu Negro (1959), a cantora norte-americana aproveitou o período de festas no maior estilo Janis Joplin e também deixou sua passagem no país marcada por apresentações improvisadas em botecos, muita bebedeira, alguns perrengues, novas amizades e boas histórias de amor!
A viagem de Janis teve muita diversão, mas também não escapou dos perrengues. Hospedada no Copacabana Palace, a artista foi expulsa do hotel de luxo por insistir em nadar completamente pelada. Após o episódio, sem saber para onde ir, Joplin acabou sendo resgatada por Ricky Ferreira, um fotógrafo da revista Rolling Stone e sua namorada, que trabalhava no hotel. Ela e Linda ficaram hospedadas na casa dos novos amigos brasileiros, no Leblon, e lá, a cantora se sentiu verdadeiramente livre.
Aproveitando o Brasil ao máximo, a cantora assistiu aos desfiles das escolas de samba, fez topless na praia, foi barrada em um camarote do Theatro Municipal e fez algumas apresentações improvisadas, inclusive, uma delas, testemunhada por Alcione, Tony Tornado e Serguei.
O cantor Serguei afirma que durante a passagem de Janis pelo Brasil, viveu um lindo — e breve — affair com a artista. No entanto, o amor de verão que marcou as férias de Joplin foi o relacionamento com um turista norte-americano chamado David George Niehaus. Os dois se conheceram nas areias de Copacabana e curtiram a cidade maravilhosa juntos, até partirem para uma nova aventura: uma road trip de moto até à Bahia, que contou com uma visita à aldeia hippie de Arembepe e uma viagem de LSD na casa do artista plástico Lula Martins.
De volta aos Estados Unidos, em março de 1970, Janis e David continuaram o relacionamento e estavam decididos a se casarem. No entanto, o romance chegou ao fim dois meses depois, após a cantora — que estava um pouco agressiva devido à recaída no uso de drogas — agredir o companheiro com uma garrafa de vidro durante uma crise de ciúmes.
O Brasil teve um grande impacto na vida e carreira de Joplin, que chegou até mesmo a tatuar em seu pulso o desenho de uma pulseira que comprou em Salvador. Além disso, Holly George-Warren, autora de sua biografia, acredita que a artista levou o "gingado brasileiro" para os palcos após o seu jeito de dançar ter mudado depois da viagem ao país.
No livro “Janis Joplin – Sua Vida, Sua Música”, a biógrafa Holly George-Warren relata detalhes da vida e carreira da cantora, incluindo sua passagem pelo Brasil. Holly teve acesso a diários, cartas e depoimentos de familiares e amigos de Joplin, transformando a obra em um retrato completo, complexo e fiel da artista.
Editora: Seoman; 1ª edição (11 setembro 2020)
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