Dan Reed, responsável pelo documentário Leaving Neverland, também criticou a imprensa e os fãs de Michael Jackson
@rafaelapaiiva | Publicado em 07/02/2023, às 10h52
Não gostou! Dan Reed, diretor do documentário Leaving Neverland (2019), que explora as acusações de abuso sexual infantil contra Michael Jackson, detonou a produção da nova cinebiografia do Rei do Pop.
Em artigo publicado no The Guardian, Reed criticou os fãs do cantor e o "levantamento gentil de sobrancelhas" da imprensa durante reação ao filme biográfico que terá direção de Antoine Fuqua e será estrelado por Jafaar Jackson, sobrinho de Michael.
"Em uma época na qual a indignação total acompanha qualquer coisa que cheire a deslegitimação ou insensibilidade contra um grupo vulnerável, isso equivale a um silêncio ensurdecedor", escreveu Reed. "Ninguém está falando em ‘cancelar’ este filme, que glorifica um homem que estuprou crianças".
O que a total ausência de indignação que acompanha o anúncio deste filme nos diz é que a sedução de Jackson ainda é uma força viva, operando além do túmulo".
"Parece que a imprensa, os fãs [de Michael Jackson] e o vasto grupo demográfico mais velho que cresceu amando o cantor estão dispostos a deixar de lado seu relacionamento doentio com as crianças e apenas seguir a música", continuou o cineasta.
"Para eles eu digo isto: mesmo que você não acredite em uma palavra do que seus muitos acusadores disseram; mesmo que você não esteja preocupado com as investigações policiais e os enormes pagamentos para interromper os processos legais, como você explica o fato completamente incontestável de que durante anos Jackson passou inúmeras noites sozinho na cama com meninos? O que ele fazia com eles, sozinho no quarto de Neverland, com sinos de alarme no corredor? Isso não pode ser aceitável de forma alguma", afirmou Reed.
Ao evitar a questão da predileção de Jackson por dormir com meninos, você está transmitindo uma mensagem para milhões de sobreviventes de abuso sexual infantil. Essa mensagem é: se um pedófilo for rico e popular o suficiente, a sociedade o perdoará”.
Com direção do cineasta premiado Antoine Fuqua (Dia de Treinamento), o roteiro de “Michael” ficará nas mãos de John Logan (Gladiador). Já a produção, será comandada por Graham King, mesmo produtor de Bohemian Rhapsody (2018). O longa, que irá acompanhar a vida complexa — e polêmica — de Michael Jackson, desde a infância até a vida adulta, ainda não tem previsão de lançamento.
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